quarta-feira, 19 de junho de 2013

Campeão esmagado por muro sem culpados - ISTO É PORTUGAL

Rúben Pinto, de 11 anos, morreu há uma década com um muro em cima. A família não recebeu qualquer apoio e o caso continua por resolver.



Passou exatamente uma década desde que, no Complexo Desportivo na Batalha, em Leiria, um muro roubou a vida a Rúben André Rodrigues Pinto, de 11 anos.

A criança estava a festejar a vitória num torneio de futebol da equipa à qual pertencia, o Sport Lisboa e Marinha, quando tentou saltar um muro e este lhe caiu em cima.

Na altura, o CM noticiou o "festejo fatal para a criança de 11 anos". Hoje, quem assistiu à tragédia ainda guarda todos os pormenores.

"Uma das imagens que tenho é do pai a pegar o filho ao colo e dizer: ‘O meu campeão morreu'. Nós estávamos todos do outro lado. Se o muro caísse para o lado contrário a equipa tinha morrido toda, incluindo eu", recordou Steve Grácio, de 21 anos, colega de equipa de Rúben na altura.
Apesar de terem passado dez anos, nada se resolveu. O caso seguiu para tribunal e foram vários os arguidos, mas nenhum foi considerado culpado. "Neste momento sabemos que o processo está parado e queremos justiça. Não vou voltar a ter o meu filho, mas quero que sirva de exemplo para outros casos", disse Maria José, mãe de Rúben.
Sem qualquer tipo de apoio, a família da criança tem passado tempos difíceis. A única ajuda que tiveram foi com o pagamento do funeral, por parte do presidente da Câmara da Batalha em 2003, António Lucas. "Sei que houve um psicólogo que esteve no funeral, mas nunca mais o vi nem sei quem é essa pessoa", recordou a mãe.
O irmão mais novo de Rúben, que na altura tinha cinco anos, tem sido uma das pessoas mais afetadas psicologicamente com a tragédia. Sem dinheiro para pagar um psicólogo ao filho, a mãe recorreu ao psicólogo da escola, "mas entretanto as aulas acabaram e ele está sem apoio".
É PRECISO DINHEIRO PARA APOIO PSICOLÓGICO

Joaquim Pinto, o pai, foi quem tirou o menino dos escombros e não dorme desde esse dia, "nunca recorreu a medicamentos. Anda entre a cama e o sofá e vai trabalhar sem dormir".
Com o caso prescrito, agora a família só pode pedir uma indemnização. Dinheiro que, de acordo com Maria José, seria utilizado para investir no apoio psicológico à família. Mas para a mãe o dinheiro nem é o mais importante.

"Quero que seja feita justiça em nome do meu filho. Ele morreu porque o muro estava construído em cima de outro muro. Caiu em cima do meu filho mas podia ter acontecido com qualquer outro. Quero as coisas resolvidas em tribunal", sublinhou.


Fonte da notícia: Correio da Manhã

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