segunda-feira, 6 de maio de 2013

Gestor desvia 1 milhão

Lisboa: Justiça ainda não julgou acusado de burla milionária a construtora

Gestor desvia 1 milhão

Apoderou-se de cartões multibanco e fez 509 transferências para contas dele e da mulher.
Por:Bernardo Esteves


Um ex-diretor financeiro da construtora Comprojecto, em Lisboa, terá desviado, de 2005 a 2009, 1 061 820 euros de uma conta da firma no BCP para contas suas e da mulher. O gestor, segundo o Ministério Público, na acusação a que o CM teve acesso, apoderou-se de cartões multibanco e fez 509 transferências, por vezes a um ritmo diário, a maioria delas no valor de 2500 euros.
M.R. apoderava--se dos extratos bancários, para encobrir os seus desfalques, e controlava toda a gestão financeira, pelo que só em 2009 foi descoberto. A empresa fez queixa em julho de 2009 e, em novembro de 2011, o Ministério Público acusou M. R., ilibando a mulher. O julgamento ainda não começou e o burlão está em liberdade.
Está acusado de abuso de confiança qualificado, burla informática e subtração de documento, arriscando oito anos de prisão. A empresa apresentou também queixa contra o BCP e quatro funcionários, exigindo 1,9 milhões de euros por terem alegadamente facilitado a burla e não terem alertado para as 509 transferências. A Comprojecto alegou que nunca solicitou os cartões utilizados e que até desconhecia a sua existência.
Em tribunal, não foi apresentada pelo banco documentação a comprovar a requisição dos cartões usados. "Foi como se tivéssemos alugado um cofre ao banco e ele entregasse a chave-mestra ao burlão", diz ao CM o sócio-gerente Julião Azevedo. Mas, neste processo, que foi o mais célere, o Tribunal Cível de Lisboa ilibou o BCP em novembro de 2011 – deu só como provada a burla do gestor. A Relação também não deu como provado que o banco tenha dado os cartões a M.R. Entendem os tribunais que o banco informou a Comprojecto dos movimentos ao enviar extratos. O recurso para o Supremo foi indeferido; a empresa recorreu para o Constitucional e admite ir para o Tribunal Europeu.

Fonte da Notícia: Correio da Manhã

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